Terceiro episódio do Direto da Universidade, da TV Câmara, sobre a Covid 19

17/7/2020 - Campinas - SP

da assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí

A TV Câmara Campinas exibe nesta quinta-feira (16/07), às 7h30 com reprise às 19h30, o terceiro episódio da série sobre a Covid 19, produzido pela Diretoria de Comunicação da Pro-reitoria de Extensão e Cultura da Unicamp para o Direto da Universidade. O documentário faz parte da Extensão 48, programa que desde 2018 divulga ações de grupos da Unicamp com a sociedade, e que agora concentra sua produção em temas sobre o coronavírus. O tema agora é como a pandemia tem afetado os povos indígenas.

De acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), já são mais 10 mil casos confirmados e mais de 400 indígenas mortos em todo país. Pesquisadores, de diferentes áreas da Unicamp, se mobilizaram para responder às demandas específicas dessa população frente à pandemia.

Na área médica o infectologista Paulo Abati fala sobre as diferentes dimensões da vulnerabilidade dos povos indígenas no Brasil. Além do aspecto biológico, o médico ressalta a dimensão social do problema como talvez a mais importante a ser considerada. "A restrição contínua que os povos indígenas têm sofrido para reprodução dos seus modos de vida acarretam seguramente maior risco de aquisição da Covid-19. A restrição dos seus espaços tradicionais, de suas terras pela invasão de garimpo, grilagem e indústria madeireira representam mudanças nos seus modos de vida", afirma. Como exemplo, ele cita a alimentação, cujas alterações, tem elevado os índices de desnutrição e doenças metabólicas.

Espalhadas ao longo de todo território nacional, essas comunidades vivem realidades muito diferentes entre si, e ainda mais díspares dos contextos urbanos. A prevenção à Covid-19 e a comunicação sobre a pandemia para ser efetiva, precisaria levar em conta essas particularidades. Esse foi o desafio enfrentado pelo Laboratório de Tecnologia e Transformações Sociais do Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências da Unicamp, em parceria com a Universidade Federal do Pará.

"Buscamos traduzir um pouco as medidas e orientações de prevenção do coronavírus para a realidade de Ponta de Pedra no Pará. Depois, elaboramos um guia para que qualquer comunidade pudesse fazer sua própria cartilha. Propusemos alguns passos e questionamentos para que essas diversas realidades do Brasil pudessem colocar informações específicas para melhor conter o vírus e melhor traduzir as medidas de prevenção para cada realidade", relata Lara Ramos, mestranda do departamento.

Tendo em vista a contaminação já existente e a precariedade da atenção à saúde disponível, o Núcleo de Estudos de População "Elza Berquó" buscou, por sua vez, identificar municípios estratégicos para instalação de estruturas de atendimento emergencial. "Nós desenvolvemos um indicador sobre a vulnerabilidade dos povos indígenas à Covid-19", explicou a pesquisadora Marta Maria Azevedo. Segundo ela, o estudo considerou variáveis como a proporção de pessoas idosas, a média de moradores por domicílio, saneamento, proximidade de municípios com UTI e a situação legal das terras indígenas. O relatório aponta para a necessidade de criação ou reforço de, ao menos, 17 polos de atendimento emergencial e preventivo.

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