da assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores de Campinas
Os vereadores Nelson Hossri (PSD) e Pedro Tourinho (PT) entraram com representações distintas no Ministério Público em virtude de Daniela Aparecida De Oliveira, diagnosticada com câncer de mama em agosto do ano passado, estar há mais de 90 dias aguardando por tratamento de quimioterapia na Rede Pública. Hossri pede a apuração de atos de improbidade administrativa e falha na prestação de serviços públicos da saúde . Já Tourinho, que preside a Comissão Permanente de Saúde do Legislativo, ressalta que, segundo a legislação federal, o paciente com câncer não deve esperar mais do que 30 dias para iniciar o tratamento pelo Sistema Único de Saúde.
“Entramos com uma representação no MP para averiguação da não realização dos procedimentos de quimioterapia e radioterapia pelo Hospital Municipal Dr. Mario Gatti. Estamos apurando também outros casos semelhantes. Esse não é um caso isolado, mas sim reflexo de um despreparo da gestão que acarreta, infelizmente, em situações absurdas. Não podemos aceitar esse descaso com quadros tão delicados. A Saúde é um direito da população e é dever de todos defendê-lo””, destaca Tourinho.
Hossri, por sua vez, conta que protocolou a representação após acompanhar Daniela pessoalmente ao Mário Gatti na manhã de quarta-feira (15). Segundo ele, a ida à unidade foi feita porque a moradora do bairro Vila Abaeté, de 38 anos, aguarda o início da quimioterapia desde outubro do ano passado e nem mesmo as consultas com médico especializado, requisito prévio necessário para começar o tratamento, foram feitas.
“Por conta da demora, os exames realizados pela paciente em agosto e setembro já estão desatualizados e terão que ser repetidos. No período, Daniela chegou a protocolar diversas denúncias por telefone e via ouvidoria, mas não surtiram efeito”, relata o vereador. Além da quimioterapia, a equipe médica responsável também solicitou que a paciente tivesse início ao tratamento com radioterapia e hormonioterapia.
“Esse é um caso de uma pessoa que me procurou e pediu a minha ajuda, mas com certeza existem inúmeros outros de pessoas que sofrem com essa demora, ainda mais se tratando de uma doença tão agressiva e que merece cuidados. Pacientes que pagam seus impostos em dia e não recebem o tratamento adequado”, lamenta.
Além da demora na quimioterapia, a representação de Hossri também critica a falta de suporte da rede municipal para a implantação da prótese provisória/ expansor, já que, na cirurgia, foi feita a retirada total da mama esquerda. “Ela já mutilada e doente, não teve direito à prótese, fato que causa forte trauma e depressão nas mulheres. Hoje a paciente está sendo medicada com remédios para ansiedade e depressão, já que nem acompanhamento psicológico durante todo esse período ela teve”, critica.
Após a visita do vereador na manhã de quarta-feira, o secretário de Saúde, Cármino de Souza, teria garantido que a quimioterapia terá início em 30 de janeiro. “Vários munícipes se encontram nessa situação. Não vou deixar de fiscalizar e continuarei acompanhando todos os munícipes que me procurarem. É um absurdo e o MP precisa investigar mais esse descaso do governo Jonas”, critica.