da assessoria de imprensa
Campinas (SP) fará mapeamento dos registros de cânceres diagnosticados em pacientes no município, com objetivo de aprimorar as políticas de prevenção e tratamento. A lei que obriga a notificação de todos os casos para a Secretaria de Saúde e ainda estabelece diretrizes para divulgação de estudos foi sancionada na sexta-feira (6) pelo prefeito Jonas Donizette (PSB).
A enfermeira Maria do Carmo Ferreira, coordenadora do núcleo responsável pelo Registro de Câncer de Base Populacional na cidade, explica que a equipe irá elaborar uma série com dados a partir de 2010, a fim de avaliar incidência da enfermidade e de que forma pacientes buscam auxílio no Sistema Único de Saúde ou unidades particulares.
A estimativa dela, com base em estatísticas registradas por capitais estaduais, é de que 3 mil a 3,5 mil novos casos da doença sejam registrados anualmente no município.
"É um projeto antigo, que começou e depois foi desativado. Os dados foram bem trabalhados entre 1991 e 1995 [...] Mas depois disso houve uma coleta, disponíveis no site do Inca [Instituto Nacional do Câncer], mas com ressalvas de 1996 a 2005 por causa de problemas na cobertura."
As notificações serão feitas por instituições públicas e particulares que atendam aos pacientes com a doença ao Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) do município.
Objetivos
Maria do Carmo explicou que a coleta de informações teve início em setembro do ano passado e a expectativa é de que, até dezembro, estejam consolidados dados sobre casos da doença entre 2010 e 2012. "Estamos coletando os de 2013 também, mas depois disso é preciso fazer uma limpeza, tirar a duplicidade, por exemplo, e consolidar as informações. A Organização Mundial da Saúde trabalha com uma defasagem de quatro anos, mas planejamos três", falou.
Segundo ela, há uma projeção de que 1,5 mil pessoas morram anualmente por causa da enfermidade, em Campinas - a primeira são doenças cardiovasculares. O câncer de maior incidência nos homens é de próstata, embora o maior número de óbitos esteja associado ao de pulmão; enquanto para mulheres há maior incidência e mortalidade ligada ao câncer de mama.
"Queremos descobrir a idade em que as pessoas estão adoecendo, em qual estágio estão buscando tratamento, quais são os fatores de risco, as prioridades de prevenção e, com isso, também planejar assistência aos munícipes", destacou a coordenadora.
Segundo a Prefeitura, a lei também permitirá auxílio na formação de recursos humanos e serviços que realizam tratamento, recuperação e acompanhamento de pacientes com câncer.