da assessoria de imprensa
Entre tantas características necessárias para um bom desempenho do porta voz de uma instituição o entendimento de como se organizam os meios de comunicação é um dos principais critérios, uma vez que o profissional terá que construir uma mensagem clara, tendo como ponto de partida a quem ela se destina. A declaração é da jornalista Olga Curado, uma das palestrantes do Simpósio Comunicação: Universidade e Sociedade, organizado pela Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unicamp. O evento acontece nesta quarta-feira, dia 7, das 8h45 às 16 horas, no Auditório 1 do Centro de Convenções da Universidade.
“O porta voz cria um valor ou dano à imagem do que ele representa, ou seja, ele consolida a reputação da instituição”, afirma a jornalista e consultora de comunicação há mais de dez anos. Ela destaca ainda outro critério importante a ser considerado: a consistência dos dados a serem transmitidos. Em sua opinião, a comunicação não tem, sozinha, o poder de produzir a credibilidade essencial para um bom relacionamento com a mídia. “As informações a serem passadas devem ser qualificadas e fundamentadas em uma boa gestão”, declara.
O coordenador de Comunicação de Ciência e Tecnologia da Embrapa e também preletor do Simpósio, Jorge Duarte, concorda com o ponto de vista de Olga Curado. Ele acredita que o papel do profissional de comunicação em um momento de crise deve ser o de gerenciar os danos causados pela situação. Para Duarte, a comunicação não pode ter a pretensão de resolver uma situação de crise quando ela já está instaurada. “A crise não é uma responsabilidade da Área de Comunicação. Seu papel é produzir a informação tempestiva, monitorar a opinião pública, subsidiar os gestores com informações que auxiliem na tomada de decisões e explicar para o público interno e/ou externo os fatos da melhor maneira possível. A comunicação não deve trazer para si a responsabilidade da crise”, destaca o coordenador.
Jorge Duarte mantém um curso para gestores públicos na Escola Nacional de Administração Pública (Enap). Em 28 aulas, ele aborda questões no sentido de identificar os riscos eminentes de crises, além de contar com experiências práticas de como evitar que a situação se instaure. “Boa parte das crises ocorre de forma súbita. São acidentes, desastres ou acontecimentos inesperados. Outra parte, no entanto, são situações latentes e perceptíveis que devem ser monitoradas para minimizar os danos”, afirma.
Além das palestras de Olga Curado e Jorge Duarte no período da manhã, a programação do Simpósio se estende à tarde com a abordagem de duas jornalistas que atuam no ramo do jornalismo científico. A editora do Globo Repórter Marislei Dalmaz e a colunista do Ranking Universitário da Folha de São Paulo Sabine Righetti falam sobre como a ciência vira notícia e a relação entre cientista e jornalista, respectivamente.
Sabine Righetti pretende mostrar, a partir de histórias reais, os conflitos na relação jornalista-cientista. “A palestra vai mostrar como trabalhar em parceria com a imprensa e como atingir milhões de brasileiros que querem conhecer o trabalho do cientista." Segundo a colunista, todos os dias milhares de pessoas que gostam de ciência, mas não necessariamente são cientistas, leem jornais diários impressos. Da mesma forma, todos os dias jornalistas especializados ou "generalistas" escrevem notícias sobre ciência, ensino superior e assuntos correlatos. “O acesso das notícias pela internet chega a atingir alguns milhões de pessoas diariamente, por isso a importância de se discutir o tema”, explica.
As inscrições são gratuitas e o evento é destinado a jornalistas, assessores de imprensa, estudantes de jornalismo, profissionais que atuam na divulgação científica e gestão de universidades e centros de pesquisa.