da assessoria de imprensa
O Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema), órgão do Ministério Público (MP), avaliou em R$ 236 milhões a recuperação da Represa Salto Grande, em Americana (SP), uma das mais poluídas da região. A Promotoria pede para que o valor seja levantado pelos 18 municípios que despejam resíduos no local e criou uma câmara técnica entre as prefeituras para desenvolver ações de limpeza do reservatório.
De acordo com o promotor do Gaema, Ivan Carneiro Castanheiro, as medidas para despoluir a represa vão desde obras para evitar que cada uma das 18 cidades despeje material impróprio nos afluentes até a implantação de técnicas de limpeza do local. O MP também estuda a viabilidade da construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE).
“É uma situação preocupante e que precisa ser resolvida no contexto desses 18 municípios, em conjunto com o estado. Esse problema já vem desde a década de 70 e acaba ocasionando um remanescente de esgoto não tratado e que acaba alimentando a formação de algas”, afirmou o promotor.
Um dos municípios que contribuem para a poluição da Represa Salto Grande é Campinas (SP). A Estação de Tratamento de Água (ETA) de Anhumas atende a região central e trata 650 litros de esgoto por segundo. No entanto, a água fica com resíduos como fósforo, nitrogênio e outras bactérias. Das 18 cidades envolvidas na contaminação do reservatório, dez são da Região Metropolitana de Campinas (RMC).
Problema antigo
No final do ano passado, a qualidade da água da represa foi reprovada pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). O presidente da Associação Barco Escola da Natureza, João Carlos Pinto, afirmou que o fato do cenário do local já ter sido muito pior do que é atualmente colabora para as pessoas poluírem ainda mais o reservatório, porque ficam com a sensação que o problema acabou.
“A população vê que o reservatório não tem mais a quantidade de lixo que tinha antes e acha que a água está boa para banho, boa para consumo, mas não é verdade. A nossa água continua poluída. O que precisa é não deixar que esse levantamento que vai ser feito com essa câmara técnica vá para dentro da gaveta como os outros projetos”, disse.