da assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores de Campinas
No cargo de presidente da Câmara oficialmente desde ontem, dia 1º de janeiro, o vereador Marcos Bernardelli (PSDB) prevê um ano de muito trabalho para a Câmara Municipal, já a partir deste mês de janeiro, no qual a Comissão Processante do Ouro Verde dá sequência aos trabalhos com oitivas das testemunhas de defesa, acusação e do próprio prefeito. “A Comissão está tramitando como determina a lei, com toda a autonomia e com certeza continuará trabalhando desta forma. Ela está recebendo toda a infraestrutura necessária da Câmara para cumprir seus trabalhos e será atendida em quaisquer outras necessidades que tenha”, pontua.
Ele acrescenta que cabe à Câmara dar todo o suporte à CP e que, ao final do processo (a data limite para apresentação do relatório é 7 de março), caberá ao Plenário definir se apoiará ou não o relatório final, que apontará se houve ou não uma falha político administrativa do prefeito Jonas Donizette no caso de desvio de verbas públicas envolvendo o Hospital Ouro verde e a OS Vitale. “Não vai haver influencia do presidente pra um lado ou para outro, a comissão tem que ter e está tendo cem por cento de autonomia.”
Bernardelli ressalta que uma das marcas de sua gestão como presidente será a conversa e o diálogo com todos os partidos e parlamentares . “Temos que pensar na Casa como um poder institucional fundamental do município e trabalharmos juntos por ela. O presidente da Câmara, enquanto presidente, não deve ser o melhor vereador e sim o melhor administrador para os 33, inclusive ele mesmo. Passamos por uma eleição disputada, mas não tem vencido nem vencedores, somos todos parlamentares eleitos pela cidade e já tinha palavra acordada até com vereadores da oposição para. se fosse eleito, colocarmos em pauta idéias apresentadas por eles. Como, por exemplo, os tempos de liderança de minoria, que não temos hoje, e os colégios de líderes, que existem em várias cidades da região. São tema institucionais e não individualizados, e vamos propor para a Casa”, destaca.
Ele acrescenta que a Câmara tem de continuar evoluindo enquanto instituição. “Temos que fortalecer e manter a Câmara no cenário em que ela já se inseriu: acredito que , sem deméritos aos outros presidentes, tivemos uma guiada na Casa a partir da gestão do vereador Campos Filho (2013-2014) que foi ampliada e consolidada pelo Rafa (2015-2016, 2017-2018). Fizemos concursos públicos que estruturaram a Casa de maneira legal, aprovamos inúmeras leis importantes, conquistamos mais transparência e, economizando verbas, doamos um numerário de R$ 100 milhões para a prefeitura. Em cima destes valores economizados, inclusive, vamos fazer uma proposta que é da maioria dos vereadores, de criar emendas impositivas”, diz.
As emendas impositivas são aquelas na qual os vereadores poderiam determinar que determinados valores sejam usados pela prefeitura para fins específicos, como investimentos pontuais em saúde ou Educação. Hoje, quando a Câmara doa valores para o Executivo, a prefeitura decide onde aplicá-los, mas, se a nova proposta vingar, ao menos parte destes valores poderia ser “carimbada” pelos parlamentares para fins específicos.
A eleição para a presidência
Sobre as eleições para a presidência no último sábado (29), Bernardelli analisa que elas estiveram entre as mais disputadas dos últimos tempos, mas não acredita em um Legislativo “rachado” por causa disso. “Foi uma eleição trabalhada, dura, com disputa muito acirrada. Tínhamos inicialmente cinco candidatos: a vereadora Mariana Conti, representando o PSOL, o vereador Nelson Hosri, com os votos dele mesmo, do PC do B, PT e dois do PSD; o vereador Gilberto Vermelho, com uma linha dentro da base de governo; o Luiz Cirilo com uma outra vertente também da base; e nossa candidatura, com uma outra linha também dentro da base. Os últimos 20 dias foram intensos e ninguém podia dizer antes quem ia ganhar. Na véspera da eleição, em conversa com vereador Cirilo ele abriu mão da candidatura e unimos os dois grupos, conseguindo assim 18 votos”, recapitula.
Ele ressalta que os 19 vereadores presentes no plenário para a votação eram da base governista e, destes, 18 votaram nele. “É importante ressaltar que são 26 parlamentares da Base e que, destes, 18 optaram por nós, o vereador Edson Ribeiro votou nele mesmo e os outros sete não votaram. Mas esse processo está encerrado, agora temos que nos reaglutinar. Não sou mais candidato ou líder de governo: assumi a liderança de uma instituição, a Câmara Municipal, e trabalharei por ela. Tenho certeza que esta união é possível, pois todos os vereadores, assim como todos os cinco candidatos que haviam lançados seus nomes, estão ali para um crescimento da instituição e para trabalhar por Campinas”, enfatiza.
Camprev
Entre os projetos que devem ser discutidos no primeiro semestre pelos vereadores (a Câmara retoma as reuniões ordinárias no dia 4 de fevereiro, uma segunda-feira), Bernardelli acredita que a readequação do Instituto de Previdência Social do Município de Campinas (Camprev) terá grande destaque. “O anteprojeto já foi encaminhado, ouvimos representantes do Camprev no ano passado, na época como líder de governo, e já temos minuta do desmembramento e criação de uma nova instituição para os que assumirem função pública a partir de agora e adequação dos que já existem e estão junto ao Camprev”, diz.
Ele ressalta que a destinação da verbas de orçamento para o Camprev é expressiva e o tema tem de ser debatido. “Será uma discussão com todos os envolvidos e, na minha opinião, o grande debate que teremos neste início do ano. Como já houve várias conversas com o próprio Camprev e já há diversas definições, como, por exemplo, o compromisso de não acrescentar nenhum percentual a mais no valor do desconto, acredito que tudo está bem encaminhado e agora o que resta a definir são questões pontuais. Ainda assim, é um assunto muito complexo e que, com certeza, ensejará muitas discussões”, finaliza.