da assessoria de imprensa
Subiu para 23 o número de medicamentos básicos em falta na rede municipal de Campinas (SP), de acordo a lista divulgada pela Área de Assistência Farmacêutica do Departamento de Saúde. Para o Conselho Municipal de Saúde (CMS), no entanto, o número poderia ser ainda maior, já que ele é atualizado conforme falta no estoque, e não nas centros de saúde.
"Essa lista da Secretaria [de Saúde], a gente não trabalha muito com ela não. Porque essa lista é o que gera no almoxarifado. Quando zera no almoxarifado, já zerou em muitas unidades", afirma a presidente do CMS, Maria Haydée de Jesus Lima.
Ainda de acordo com o conselho, o principal problema está na maneira como estão sendo feitas as compras dos medicamentos, já que a demanda é grande e o estoque está sendo montado levando em consideração períodos muito reduzidos.
"[A gestão] só está autorizando uma compra em um prazo muito pequeno, de três meses. Então quando o medicamento chega e é distribuído na última unidade, já está faltando na primeira. O número que eles te fornecem é de 23 medicamentos em falta no almoxarifado central, mas se você for ver, em muitas unidades está faltando muito medicamento, muito mais do que isso", explica Maria Haydée.
Faltas pontuais
A presidente do conselho diz ainda que, nesta época, o problema é pior para quem depende de medicamentos específicos para tratar condições agravadas pelo frio ou pelo tempo seco.
"Por exemplo, eu recebi denúncia de que, em determinado lugar, está faltando medicamento para asma. Nessa época do ano, as doenças respiratórias aumentam muito e há necessidade de pelo menos três tipos de medicamentos que são usados para crises de asmas e afecções respiratórias, e que [eles] estão em falta", conta.
"O que eu tenho visto são usuários que vão agravar seu estado de saúde. Que alternativa teria? Quem fornece medicamentos básicos é a prefeitura, não tem outro órgão que forneça. E o usuário vai agravar seu estado de saúde", diz Maria Haydée.
Em nota, a Prefeitura de Campinas disse que a rede pública tem uma das "cestas mais completas entre os municípios brasileiros" com 164 medicamentos padronizados. O comunicado diz ainda que dos 23 medicamentos em falta, alguns estão disponíveis por meio do programa "Aqui tem Farmácia Popular" - de acordo com a lista da Secretaria de Saúde, três deles estão.
A administração municipal afirmou também que gerencia a lista diariamente e "tem agilizado os processos licitatórios para suprir as faltas rapidamente" e que alguns itens estão em falta no mercado.
Para consultar a lista atualizada de medicamentos básicos em desabastecimento, o usuário pode consultar o site oficial da Secretaria de Saúde. Além disso, como determinados itens podem não ser encontrados em uma unidade ou farmácia, mas serem localizados em outra, é possível pesquisar pela ferramenta Medicamentos nos Centros de Saúde (MCS), da Prefeitura Municipal, para saber para onde se dirigir.