da assessoria de imprensa
Uma nova estação de transferência do lixo coletado em Campinas (SP) foi inaugurada nesta terça-feira (3) com a promessa de evitar contaminação no solo do aterro Delta A, área inoperante devido a pendências judiciais e por ter atingido sua capacidade máxima há quatro anos. A estação prevê melhorias na condição do aterro, e a Prefeitura espera conseguir reativar sua operação por mais dois anos.
A administração municipal vem tentando readequar e reativar o aterro sanitário desde 2015. O secretário de Serviços Públicos Ernesto Paulella afirma que não há mais pendências da parte da administração municipal junto à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para que isso ocorra.
"O promotor disse que tinha pendências para a regularização do Delta. A Prefeitura mostrou para o juiz, provou inclusive com documentos da Cetesb, que não há pendências. O juiz não decidiu ainda. Não tem prazo", afirma o secretário.
O G1 procurou o Tribunal de Justiça de São Paulo para saber se há novidades e um prazo no processo, mas não teve retorno até esta publicação.
Atualmente todas as 1,5 mil toneladas de lixo recolhidas por dia em Campinas são levadas para o aterro Estre, em Paulínia (SP), mas, antes, passavam por uma área de transferência provisória, localizada no próprio Delta A, onde resíduos eram depositados sobre o maciço do lixo, sem proteção.
"O que muda é que agora vamos fazer a transferência de forma adequada tecnicamente e sem contaminar o maciço de lixo. Agora tem tratamento de chorume", diz Paulella.
Na nova estação, de 20 mil metros quadrados, foram investidos R$ 905 mil, e ela passa a acolher imediatamente o lixo domiciliar e o lixo público (proveniente de varrição de ruas, restos de vegetação e outros).
A área recebeu pavimentação asfáltica, barreira vegetal, muro de arrimo, drenos de captação e reservatórios de chorume, o líquido gerado da decomposição do lixo.
Na logística, os caminhões da coleta de lixo transportam os resíduos para a área de transbordo no Delta A onde fica por 12 horas - e não mais 24 horas como na área antiga. O chorume é drenado, coletado e encaminhado para as estações de tratamento de esgoto da Sanasa.
Antes da transferência para Paulínia, o lixo é pesado em balanças. Essa adequação sanitária evita a contaminação do aterro, segundo a administração municipal. Também facilita o trânsito de caminhões e o armazenamento de sacos de lixo, para evitar que aves sejam atraídas para o local.
O aterro sanitário começou a funcionar em 1993, quando recebia cerca de 500 toneladas de lixo domiciliar por dia. Em 2014 atingiu a capacidade máxima e foi fechado.
Um ano antes, a Prefeitura havia elaborado um projeto de uma Parceria Público-Privada (PPP) para reestruturar o sistema de tratamento dos resíduos sólidos da cidade, em conformidade com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, mas que não foi concluído.
Por isso, fez uma licitação e selecionou a empresa Estre para passar a receber o lixo de Campinas. O contrato é de cinco anos e teve valor estimado, na época, de R$ 33,9 milhões por ano. Atualmente, o custo anual é de R$ 48 milhões.
Em 2015, um novo projeto da Prefeitura planejava a reativação do Delta A por mais três anos. Em 2016 a Cetesb autorizou o uso da área - a sétima sobrevida do aterro -, mas o Ministério Público questionou e exigiu adequações. Nesta terça-feira, o secretário de Serviços Públicos afirmou que não há mais pendências e que a reativação do aterro depende da decisão na Justiça.
"O contrato de Paulínia é de cinco anos e nós já estamos no quarto ano. Tem mais um ano ainda para renovar. Se a Justiça liberar, cessa o contrato", afirma Paulella.
Segundo o secretário, se a cidade voltar a usar o Delta A para depositar seu lixo pelos próximos dois anos, a economia para a Prefeitura seria de aproximadamente R$ 100 milhões no período, pois deixaria de levar todos os resíduos para o aterro de Paulínia.