Mesmo dizendo que se surpreendeu com a classificação, o desempenho de Santos no processo seletivo da Universidade Estadual de Campinas está longe de ser um "golpe de sorte". O estudante também foi aprovado para medicina na USP, em oitavo lugar, e optou por estudar na capital, onde tem familiares e vai dividir um apartamento com um amigo, aprovado em direito na Fuvest.
De acordo com a Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest) da Unicamp, neste ano foram 30.677 candidatos em medicina, uma relação de uma vaga para cada 278 estudantes. Números superiores ao da USP, com 16.967 candidatos para 125 vagas.
João Victor conta que começou a se preparar para o vestibular desde o primeiro ano do ensino médio. Estudante do Colégio Militar de Salvador (BA), o jovem revela que esteve indeciso sobre o futuro meses antes do processo seletivo.
"Estava muito em dúvida. Pensei em ir pro exterior tentar algo na área de pesquisa, mas tive a oportunidade de participar da seletiva internacional de biologia e foi ali que eu me decidi pela medicina. Vi que não me identificava tanto com a área de pesquisa", conta.
Nos últimos dois anos, o estudante conciliou o ensino regular com o cursinho. A dedicação nos estudos, segredo para obter tantos resultados expressivos, obrigaram o jovem a abrir mão de alguns prazeres da adolescência.
"Eu gosto muito de esporte, praticava futebol e handebol, mas tive de parar para me dedicar aos estudos. Mas não deixei toda a vida de lado. Eu namoro e sempre que dava, saia aos finais de semana", avisa.
Apesar de contar que a mãe ainda tenta dissuadi-lo da ideia trocar a casa em Salvador por São Paulo, João Victor está na procura por um espaço onde morar na capital paulista. Mesmo com o desempenho excepcional na Unicamp, escolheu estudar na USP por questões pessoais.
"Tenho familiares em São Paulo, e também tenho um amigo que passou em direito da USP. Estamos procurando um apartamento para dividir", explica.