Crise no setor de combustível causa 354 demissões na região de Campinas em três meses

4/1/2018 - Campinas - SP

da assessoria de imprensa

Dados do Fepospetro apontam ainda que houve redução de 30% na folha de pagamento no último ano.

A série de aumentos nos preços dos combustíveis aliada a diminuição das vendas causa reflexos no número de empregos no setor. De acordo com dados do sindicato dos empregados em postos (Sinpospetro), a região de Campinas (SP) acumulou 354 demissões no último trimestre de 2017. Segundo a federação dos empregados (Fepospetro), a crise foi responsável pela redução de 30% na folha de pagamento dos postos no último ano.

O cenário traz preocupação aos trabalhadores do setor. Gerente de um posto em Nova Odessa (SP), Paulo Gomes tem atuado também como frentista, tudo para segurar o emprego.

"Todos trabalham sobre um tipo de pressão. Com a queda nas vendas, é muito nítido que uma hora pode acontecer de ser demitido", diz.

Proprietário de um posto de combustíveis há mais de 50 anos em Nova Odessa (SP), Edgar Carlos conta que registrou queda de 40% nas vendas em 2017 na comparação com 2016 e que precisou demitir oito funcionários para acertar as contas.

 "Eu vendia mais de 500 mil litros por mês. Hoje vendo 350 (mil litros), mais ou menos. Nunca passei por uma crise dessas. Já teve outras, mas não com essa intensidade", conta.

Em Campinas (SP), o empresário Antônio Cazzonato, dono de um posto há 34 anos, precisou reduzir o quadro de funcionários de cinco para três. "Eu fico no balcão, minha mulher fica no balcão para tentar sobreviver. Temos que trabalhar para tentar segurar", diz.

Presidente do Sinpospetro em Campinas, Francisco Soares de Souza alega que o "sobe e desce" nos preços dos combustíveis afeta consumidores e trabalhadores.

"O combustível fica mais caro, o consumidor não sai, deixa o carro em casa, e com a venda caindo, quem vai pagar o preço é o trabalhador."

Procurada pela EPTV, afiliada da TV Globo, a Petrobras defende que a medida de reajustes é para equiparar os preços do mercado doméstico com o internacional e, assim, competir com os importadores.

A estatal disse ainda que 29% do preço pago pelo consumidor vai para a Petrobras, sendo que o restante são impostos. A empresa informou ainda que os aumentos podem ou não refletir no preço final do combustível, já que isso cabe às distribuidoras e donos de postos.

 

 
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