da assessoria de imprensa
Cinco cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) têm Índice de Qualidade da Água (IQA) ruim, de acordo com o Relatório de Gestão das Bacias PCJ, divulgado nesta segunda-feira (6) e que apresenta informações sobre os recursos hídricos das cidades monitoradas pela Agência das Bacias PCJ durante o ano de 2016. De acordo com o documento, mananciais de Campinas (SP), Sumaré (SP), Americana (SP), Valinhos (SP) e Vinhedo (SP) apresentaram números entre 19 e 36 – faixa considerada ruim pelo órgão.
A Agência das Bacias PCJ utilizou as informações de monitoramento dos rios e considerou a referência da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para determinar os índices que variam de 0 a 100 (sendo 100 o nível máximo de qualidade). Além da categoria denominada “ruim”, o órgão definiu como “ótimo” o município que tem IQA de 79 a 100, “bom” quem ficou entre 51 e 79, regular de 36 a 51 e “péssimo” números menores que 19.
De acordo com o relatório, Campinas registrou IQA de 34 em um ponto do Rio Capivari, que abastece aproximadamente 5% do município. Já Sumaré ficou com índice de 25 no Ribeirão Quilombo e 21 no Ribeirão Tijuco Preto. Em Americana, o Índice de Qualidade da Água é de 27 no Ribeirão Quilombo. Por fim, a avaliação da Agência das Bacias PCJ considerou o Ribeirão Pinheiros, em Valinhos, com IQA de 36, enquanto no Rio Capivari, em Vinhedo, o número foi de 31.
Três dos cinco municípios que receberam índices ruins também tiveram IQA considerado bom em outros mananciais. De acordo com o PCJ, o Rio Atibaia, responsável pelo abastecimento de 95% de Campinas, ficou com 56. O mesmo rio ficou com 67 na altura de Valinhos e 65 em Americana, que também registrou número de 60 no Rio Piracicaba.
Outro ponto de captação do Rio Capivari, ainda na região de Campinas, ficou com IQA de 48, determinado como regular. A Agência das Bacias PCJ considerou os seguintes parâmetros: turbidez, resíduos totais, fósforo, temperatura, pH, oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), coliformes fecais e nitrogênio. No relatório, foram analisadas as médias anuais para cada uma das estações de monitoramento com dados disponíveis em 2016 nos estados de São Paulo e Minas Gerais.
O relatório também analisou a qualidade do esgoto das cidades. Em Sumaré, o índice de tratamento ficou em apenas 26%, enquanto em Americana o número chegou a 48%.
A Sanasa, responsável pelo saneamento de Campinas, afirmou que o IQA de 34 no Rio Capivari foi registrado em um ponto onde não existe captação de água, próximo a divisa com Monte Mor. Os 5% de água retirados do Capivari para abastecimento são tirados do local onde o PCJ apontou índice de 48.
A Prefeitura de Americana informou, em nota oficial, que a qualidade do Ribeirão Quilombo deve-se ao esgoto despejado pelas cidades ao redor do município. Sobre o tratamento de esgoto, o Executivo disse que a cidade possui três locais para tratar os dejetos: dois com eficiência acima de 80% e um com 40%. Segundo a administração, o índice do PCJ se refere ao último.
“O Departamento de Água e Esgoto (DAE) firmou um TAC com o Ministério Público para reformar a ETE Carioba. Após as reformas, a eficiência dessa estação de tratamento ficará acima de 90%.”, diz o texto da Prefeitura.
A BRK Ambiental, que administra o saneamento de Sumaré, informa "que não capta água dos ribeirões Quilombo e Tijuco Preto, mas sim do rio Atibaia para posterior tratamento e distribuição à população." Em nota, a empresa diz que "entende ser de suma importância para o meio ambiente a despoluição desse ribeirões. Tanto que trabalha para que Sumaré tenha 100% do esgoto tratado já em 2022, meta estipulada em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmada com o município. O TAC, porem, está sendo questionado pela atual administração, o que pode levar a meta de universalização para 2028."
A BRK destaca ainda que os ribeirões Quilombo e Tijuco Preto apresentam essa classificação em função dos lançamentos de esgoto in natura que ainda ocorrem nos mesmos. "Está previsto, até 2019, despoluir totalmente o Ribeirão Tijuco Preto com a construção e operação de uma nova estação de tratamento e, até 2022, a despoluição completa do Ribeirão Quilombo com a construção dos subsistemas Quilombo e Jatobá", destaca a companhia.
O Departamento de Águas e Esgoto de Valinhos (Daev) informou que a captação para o abastecimento da cidade não é feita no Ribeirão Pinheiros, mas sim no Rio Atibaia, que fornece água para 70% da cidade. O presidente do Daev, Pedro Inácio Medeiros, reconheceu a contaminação no ribeirão e informou que trabalha em conjunto com Campinas em tecnologias para melhorar a qualidade da água no futuro.
O G1 não conseguiu contato com Saneamento Básico Vinhedo (Sanebavi).