da assessoria de imprensa
Um incinerador compacto, que não usa chamas, mais eficiente e mais barato que os convencionais foi desenvolvido por uma mestre da Engenharia Química da Unicamp, em Campinas (SP), e teve seu projeto premiado nos Estados Unidos. O equipamento, ideal para uso de pequenas e médias empresas que precisam incinerar substâncias poluidoras, já chama a atenção de empresários e foi disponibilizado para uso industrial.
O valor de um incinerador industrial térmico varia de acordo com seu tamanho e capacidade, mas facilmente ultrapassa R$ 1 milhão. O catalítico custa 70% e é muito mais econômico para operar, pois precisa de menos energia, funciona em temperaturas mais baixas e é acionado por eletricidade, muito mais barata que os combustíveis usados nas térmicas.
A engenheira química Bárbara Maria Borges Ribeiro desenvolveu o projeto como tema de sua dissertação de mestrado defendida em julho devido a preocupações ambientais. O mestrado foi desenvolvido durante três anos com orientação do professor Edson Tomaz e colaboração do professor Jefferson Ferreira Pinto.
Um dos principais poluentes atmosféricos produzidos atualmente é o ozônio troposférico, que se forma na atmosfera após a exposição de compostos orgânicos voláteis a raios solares. Diferente do ozônio atmosférico (o da camada de ozônio), o troposférico pode causar danos à saúde, aos animais, plantas e pode prejudicar a visibilidade nos grandes centros urbanos.
Nas empresas, esses compostos voláteis são muito comuns em forma de solventes e combustíveis como gasolina e etanol. Atualmente, elas usam incineradores térmicos para eliminar esses compostos. O problema é que, além de ser um processo caro, por conta das altas temperaturas a incineração produz óxidos de nitrogênio, que também se transformam em ozônio troposférico em exposição aos raios solares.
"Quando a concentração de poluente é pequena, o uso de incineração térmica é ainda mais desfavorável, pois aumenta o consumo de combustível para o aquecimento. Neste caso as empresas utilizam absorção em carvão ativado, o que exige a troca periódica, um resíduo sólido perigoso impregnado com o poluente inflamável", diz Bárbara.
O projeto da estudante prevê o uso de catalisador de veículos no incinerador e de resistências elétricas, que eliminam chamas no processo. A temperatura dos incineradores térmicos chega a 800 graus centígrados, mas no catalítico fica entre 270 e 360 graus centígrados. Com isso, os compostos orgânicos são eliminados sem que se formem óxidos de nitrogênio.
As medidas do novo incinerador também é um diferencial positivo. Com 76 centímetros de altura e 17,6 centímetros de diâmetro, ele pode ser deslocado dentro da fábrica para uso no local onde está sendo emitida a substância que deve ser incinerada.
O projeto foi apresentado no "Air and Waste Management Association's 110th Annual Conference & Exhibition", em Pittsburgh, Pensilvania, Estados Unidos, e recebeu o prêmio principal na categoria de mestrado.
“Esse tipo de incinerador é ideal para empresas que têm estocagem de solventes e indústrias químicas e petroquímicas em geral. Já há empresários interessados em conhecer o equipamento, principalmente de empresas que geram emissões de vazão até 900 m3/h e de forma intermitente”, disse Bárbara. Por não ter chamas, ele também é mais seguro para uso em áreas de risco.
Quem quiser conhecer o incinerador e o projeto pode entrar em contato diretamente com a pesquisadora pelos e-mails barbara.borgesribeiro@yahoo.com.br ou jfpinto@protimu.com.br .