Chuva prevista para a região de Campinas deve evitar pedido de ajuda extra

17/8/2017 - Campinas - SP

da assessoria de imprensa 

Ponto de captação do Atibaia, em Valinhos, registrou vazão de 0,47 m³/s acima de mínimo previsto em outorga nesta segunda-feira. Metrópole não registra precipitações há 60 dias.

chuva prevista para a região de Campinas (SP), nesta semana, deve elevar a vazão do Rio Atibaia e evitar a necessidade de "ajuda extra" do Sistema Cantareira na liberação de água para o interior paulista. O ponto de captação em Valinhos (SP) registrou vazão de 10,47 m³/s nesta segunda-feira (14), quantidade próxima ao mínimo de 10 m³/s estabelecido pela outorga válida desde maio.

Segundo o Consórcio das Bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), até o fim desta tarde o sistema registrava liberação de 7 m³/s - total suficiente para suprir a demanda do interior paulista. O Rio Atibaia responde por 95% do abastecimento da metrópole, e 5% são retirados do Rio Capivari.

De acordo com o Centro de Pesquisas Meteorológicas da Unicamp (Cepagri), a expectativa é de que o volume acumulado de precipitação na região fique entre 20 mm e 50 mm até o fim da semana. A distribuição do recurso deve ser gradativa, o que permite a recomposição dos lençóis freáticos.

"A gente torce para que a chuva seja bem distribuída, assim infiltra no solo. Isso também deve ocorrer na área do Cantareira, o que melhora também um pouco o armazenamento", explica a gerente técnica do PCJ, Andréa Borges.

Pela nova outorga, segundo a assessoria do consórcio, a vazão deve ser de até 10 m³/s para garantir segurança às bacias na região de Campinas, mas o valor pode ser elevado em casos excepcionais, quando o cálculo considerado é da média registrada ao longo do período de seca. Por outro lado, a quantidade pode ser reduzida nos meses mais chuvosos para equilíbrio e reserva.

"Se a chuva não for bem distribuída [volume ao longo da semana], a nossa preocupação é com a questão da poluição difusa. Lixo, poeira acumulada, vai parar tudo no rio e, em vez de melhorar a situação, prejudica a qualidade da água, afeta oxigenação e causa problemas aos seres vivos."

Conscientização

A média histórica da vazão do Atibaia em agosto, no ponto de captação em Valinhos, é de 11,53 m³/s. Ao ponderar que a região não registra chuva há dois meses, a gerente equipara este período de estiagem ao registrado em 1953 - superado somente pelo ano de 2014, quando a crise hídrica afetou o abastecimento nos municípios da região, incluindo a necessidade de racionamento

"Neste ano alguns meses salvaram, enquanto outros ficaram abaixo. Ainda não estamos em momento preocupante, mas não sabemos como será em 2018. É preciso lembrar à população sobre a nova cultura para lidar com a água, e que São Paulo precisará de um 'novo Cantareira' até 2035", explicou ao lembrar sobre o aumento no uso do líquido e períodos de seca imprevisíveis.

A estimativa relacionada à demanda do estado integra um inquérito civil do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) do Ministério Público, em Piracicaba (SP). Ele foi aberto à época das discussões sobre a nova outorga do Cantareira, publicada neste ano. Antes disso, o limite da vazão de água para bacias do PCJ era de 5 m³/s, informou o consórcio.

 

Temporal

A meteorologista do Cepagri, Ana Ávila, explicou que o maior volume de chuvas na região deve ser registrado quinta-feira (17). Segundo ela, não está descartada hipótese de temporais até o fim da semana. "Existe possibilidade, porque temos frente fria acompanhada de instabilidades", afirma.

Ao mencionar que a expectativa seja de estabilização das precipitações no mês de outubro, Ana diz que não é possível garantir fim do período de estiagem, após as chuvas desta semana. A previsão do Cepagri é de que não ocorram chuvas na sexta, mas elas devem voltar neste sábado e domingo.

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