Arte de torrar o malte dá o tom a cada tipo de cerveja

8/8/2017 - Campinas - SP

da assessoria de imprensa 

Diferentes colorações estão associadas ao trabalho com o malte; mestre cervejeiro acredita que bebida, na Idade Média, era escura.

Do amarelo palha ao marrom café, a cerveja pode apresentar muitas cores. O que alguns bebedores não sabem, é que a coloração é relacionada a substâncias corantes do malte, dependendo de sua torra.

Para começar, é preciso explicar que malte é o cereal que passou pelo processo de malteação, que transforma internamente o grão, deixando-o com uma carga grande de enzimas que posteriormente reduzirão amido em açúcar, que por sua vez será o alimento do fermento.

O principal cereal malteado utilizado na fabricação da cerveja é a cevada. Mas maltes de milho e arroz são usados pelas grandes indústrias da bebida. Existe até uma lei, a Reinheitsgebot, criada em 1516, na Baviera (Alemanha), que estipulava que a cerveja poderia ser produzida somente com água, malte de cevada e lúpulo.

 

Pilsen, o mais comum

O malte pilsen, o mais comum, não é torrado, apenas seco, o que dá à cerveja uma cor mais clara. Este malte é o mais usado em todas as receitas, mesmo nas de cervejas escuras, porque costuma ter bastante carga de açúcares fermentescíveis e enzimas, que ajudam na fermentação.

 

Escuras

Atualmente existem dezenas de graus e formas de torrar o malte, gerando um gama enorme de sabores e colorações para as cervejas.

E apesar de muita gente associar a bebida com um líquido claro, acredita-se que antes da Revolução Industrial, todas as cervejas eram escuras.

 

“Quando a gente vê filmes medievais e o pessoal está tomando cerveja, não sabemos a cor porque ainda não existia o vidro e as canecas eram de cobre ou de barro. Mas acredita-se que a cerveja era escura e com sabor defumado porque o malte era seco em fornos com a lenha. Não se tinha um controle da temperatura e a cerveja era escura devido à coloração do malte”, explica o mestre cervejeiro Alfeu Julio, da Toca da Mangava.

 

Após a Revolução Industrial, foi possível controlar melhor a temperatura dos fornos, o que gerou dezenas de graus de torrefação dos maltes e, consequentemente, cores e sabores, o que ampliou – e muito – o leque de receitas dos mestres cervejeiros.

"Muita gente relaciona a cor com o amargor, mas eu posso fazer uma cerveja escura usando um monte de malte caramelo, o que vai me dar uma cerveja com sabor de bala toffee e ficar até melada, apesar de escura”, explica Marcelo Crosta, mestre cervejeiro de uma microcervejaria de Campinas.

 

Enquete

As cores são uma pequena amostra das possibilidades de produção de diferentes tipos de cerveja. Além dos aromas que cada tipo de torra proporciona, é possível adicionar outros elementos, criar ou modificar estilos.

O G1 lançou uma enquete e você pode participar, até esta segunda-feira (7), da escolha de um ingrediente para ser testado em uma cerveja artesanal. A preparação e o resultado você confere na página do Especial da Cerveja Artesanal. Participe!

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