da assessoria de imprensa
pós o governo federal garantir o pagamento de bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) apenas para agosto, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) teme o prejuízo de 1,1 mil pesquisas de pós-graduação (mestrado e doutorado) a partir de setembro. A preocupação da instituição começou após o órgão anunciar que atingiu o limite dos gastos já liberados pela União e que as bolsas poderão deixar de ser pagas se não houver ampliação do orçamento.
O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) reiterou, em nota oficial enviada ao G1 nesta segunda-feira (7), o conteúdo da reunião entre o titular da pasta, Gilberto Kassab, e o presidente do CNPq, Mário Borges, e "informou que trabalha junto à equipe econômica pela recomposição orçamentária e normalidade nos repasses do órgão nos próximos meses”.
O pró-reitor de pesquisa da Unicamp, Munir Salomão Skaf, afirmou que, dos 4,8 mil alunos com bolsas na universidade, 1,1 mil são do CNPq. A instituição manifestou preocupação ao ministério com a garantia das bolsas, por conta da crise econômica e da falta de verba para garantir os repasses nos próximos meses. De acordo com o professor, a pesquisa é uma das principais atividades da universidade e não pode ser prejudicada.
“Isso é uma coisa muito séria, principalmente em uma universidade tão focada em pesquisa como a Unicamp. As bolsas não são interrompidas, até porque já houveram outros atrasos, mas esses alunos precisam comer, precisam pagar aluguel, essas bolsas são essenciais para a subsistência deles. Precisamos dar uma resposta para esses estudantes”, afirmou Skaf.
Ainda de acordo com o pró-reitor, as bolsas do CNPq na Unicamp custariam aproximadamente R$ 12 milhões ao governo nos próximos cinco meses do ano. “Se não houver dinheiro, a situação ficaria dramática, porque a universidade não tem como fazer esse pagamento e isso prejudica a vida do bolsista. Até agora, o órgão nos tranquilizou de que nada será prejudicado e estamos torcendo muito para isso”, disse.
A reunião entre o ministro e o presidente no CNPq aconteceu na última quarta-feira (2). No encontro, Mário Borges também demonstrou preocupação em relação ao pagamento das bolsas a partir de setembro, mas ouviu do titular da pasta que a "perspectiva é suprir o que é necessário ao CNPq".
Subordinado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o CNPq é a principal agência de fomento à pesquisa científica e tecnológica do país.