da assessoria de imprensa
Ministério Público Federal em São Paulo requisitou a instauração de 12 inquéritos policiais para a investigação de supostas irregularidades mencionadas por executivos da Odebrecht. Os depoimentos integram os acordos de colaboração premiada da Operação Lava Jato. Entre os casos estão possíveis pagamentos de propina na construção da Estação de Tratamento de Esgoto Capivari 2 (ETE 2), em Campinas, e na concessão do serviço de água e esgoto da Odebrecht em Sumaré.
Os ofícios para instauração de inquérito foram enviados à Polícia Federal. A PF de Campinas não informou se já recebeu o requerimento. Os procuradores aguardam a autorização da Procuradoria Geral da República para a formação de uma força-tarefa dedicada às investigações. A constituição do grupo possibilitará que os membros atuem de maneira mais integrada e colaborativa, agilizando o andamento dos trabalhos.
Cristina Carrara (PSDB), ex-prefeita de Sumaré e citada nas denúncias diz que confia na Justiça.
“Recebi com tranquilidade a decisão do STF de encaminhar para a Justiça Federal a petição que cita meu nome. Até agora não houve qualquer decisão sobre os fatos e sequer foi determinada a abertura de algum procedimento para me investigar. Reitero que os recursos recebidos pela minha campanha foram contabilizados na forma da lei”.
A assessoria de imprensa da ex-primeira-dama de Campinas Rosely Nassim Santos e do ex-prefeito, Hélio de Oliveira (PDT), citados na denúncia da ETE Capivari 2, informou que só vai se posicionar depois de ter acesso ao conteúdo dessa investigação
O Professor Tito (PT), ex-deputado estadual, também citado no caso de Sumaré, disse que não entende porque o nome dele saiu na lista e ainda não tem ciência dessa informação. Ele garante que não recebeu dinheiro nenhum e que todas as contas como candidato a prefeito a candidato a deputado foram e estão aprovadas.
Caso Sumaré
Uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) criada na Câmara de Sumaré (SP) neste ano apontou irregularidades cometidas pela ex-prefeita Cristina Carrara (PSDB) na autorização da compra da Odebrecht Ambiental pela BRK Ambiental, que passou a administrar os serviços de saneamento do município no final de 2016.
A investigação começou após delação do ex-executivo da companhia, Guilherme Pamplona Paschoal, durante a Operação Lava Jato.
De acordo com o presidente da CEI da Câmara de Vereadores, William Souza (PT), a ex-prefeita autorizou a troca da concessão sem pedir um estudo de capacidade técnica e financeira da BRK Ambiental. A decisão, de acordo com o parlamentar, é irregular porque o artigo 27 da lei de concessões do governo federal obriga a administração a solicitar esse tipo de análise antes de autorizar a negociação.
Sobre as irregularidades, Cristina Carrara afirmou que se baseou no parecer jurídico do procurador-geral do município para autorizar a compra.
De acordo com Pamplona Paschoal, a ex-prefeita recebeu vantagens indevidas no valor de R$ 600 mil durante o período eleitoral de 2012. Além disso, o ex-executivo mencionou ter repassado outros R$ 300 mil para o ex-deputado estadual Francisco de Assis Pereira, o Professor Tito (PT), em 2014.