da assessoria de imprensa
A Prefeitura de Campinas (SP) anunciou, nesta segunda-feira (15), o início das obras do sistema dos ônibus rápidos (Bus Rapid Transit na sigla em Inglês) para o mês de agosto. No dia 31 de março, quando assinou o contrato de liberação das verbas com o governo federal, a data prevista de início foi determinada em 90 dias, ou seja, fim junho.
O governo municipal adiantou também que não definiu quais e quantas linhas de ônibus terão alteração no trajeto durante a implantação do projeto, além de onde serão os desvios para o tráfego de veículos.
Os BRTs podem reduzir, segundo o projeto, o tempo de viagem entre bairros periféricos e a região central em até 25%.
Segundo a administração, existem pendências em relação ao detalhamento do projeto básico no confronto com o executivo [que confirma se o básico é viável], desapropriações de terrenos e áreas que foram ocupadas irregularmente no caminho para determinar em qual dia de agosto a obra terá início.
Só de desapropriações e retirada de famílias de terrenos invadidos são 70 mil metros quadrados, segundo a prefeitura. O corredor do BRT terá um total de 37 quilômetros a serem construídos.
“O nosso cronograma é esse [agosto]. Mas, toda obra pode ter alguma dificuldade. Temos detalhamentos do projeto executivo, que é esta etapa, que vai confirmar detalhes do desenho do projeto básico. Tem processo de desapropriação e algumas áreas em nosso município que estão ocupadas”, explica o secretário municipal de Transportes, Carlos José Barreiro.
A expectativa é que toda a obra dure 36 meses.“Estamos trabalhando para o menor transtorno para a população”, ressalta o secretário.
O projeto total está orçado em R$ 451 milhões e vai começar pelo Distrito do Campo Grande, considerado o mais complexo devido à necessidade de construção de pontes, viadutos e as passagens sobre a linha férrea.
Nesta região do Campo Grande a extensão será de 17,9 quilômetros, indo do Terminal Mercado, passando pelo Terminal Rodoviário Ramos de Azevedo, seguindo pelo leito desativado do antigo Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). O corredor passará ainda pela Avenida John Boyd Dunlop até o Terminal Itajaí.
O Corredor Ouro Verde, com extensão de 14,6 quilômetros, sai do Terminal Central e segue pelas avenidas João Jorge, Ruy Rodrigues e Camucim. O ponto final será no Terminal Vida Nova.
De acordo com o projeto, um terceiro corredor com 4 quilômetros vai interligar os dois corredores, no segundo trecho do leito desativado do VLT, entre as avenidas John Boyd Dunlop e Amoreiras.
A construção dos corredores do BRT foram divididos em 4 lotes. O primeiro trecho é do Corredor Campo Grande. Ele vai ligar a região central até a Vila Aurocan. A extensão será de 4,3 km. Nesta etapa conta ainda o Corredor Perimetral, com 4,1 km. O responsável será consórcioArvek; D. P. Barros; Trail; Enpavi; Pentágono. O valor total do lote é de R$ 88,9 milhões.
O corredor dois terá os trechos 2, 3 e 4 do Corredor Campo Grande. Esses trechos são da ligação da Vila Aurocan até o Terminal Itajaí, totalizando 13,6 km. O trecho 2 será da Vila Aurocan até a ponte sobre a Rodovia dos Bandeirantes (SP-348), com 5 km.
O trecho 3 contempla a ponte da Rodovia dos Bandeirantes até o Terminal Campo Grande, totalizando 6,4 km. E o trecho 4, do Terminal Campo Grande até o Terminal Itajaí, totalizando 2,2 km. O responsável será a Empresa Construcap – CCPS Engenharia e Comércio. O valor total do lote é de R$ 191,1 milhões.
O Lote 3 terá trecho 1 do Corredor Ouro Verde, que liga a região central até a Estação Campos Elíseos, com 4,8 km de extensão. Segundo a Prefeitura, o responsável será a Empresa Compec Galasso e o valor total do lote de R$ 66,5 milhões.
O lote 4 terá os trechos 2 e 3 do Corredor Ouro Verde, que compreende a ligação da Estação Campos Elíseos até o Terminal Vida Nova, totalizando 9,8 km de extensão. O trecho 2 sai da Estação Campos Elíseos e vai até o Terminal Ouro Verde, com 5,7 km. E o trecho 3 compreende do Terminal Ouro Verde até o Terminal Vida Nova, com 4,1 km. O consórcio responsável será o Artec; Metropolitana, com valor total do lote de R$ 104,9 milhões.
A Prefeitura de Campinas assinou, nesta segunda-feira, com a Caixa Econômica um contrato de financiamento de contrapartida no valor de R$ 100 milhões para o início das obras do BRT.
A administração terá 120 meses para pagar o financiamento. “Isso é mais um esteio para tirarmos do papel esta obra importante que é o BRT. Eu diria que na área de mobilidade é uma das maiores obras o país”, afirma o prefeito Jonas Donizette (PSB).
Questionado sobre possível falta de verbas ao longo dos 36 meses devido à crise econômica, o prefeito garantiu que toda verba do BRT já está garantida.
“Todos os convênios e contratos tem o recurso garantido pela Caixa, que é um banco forte e estruturado”, disse o prefeito Jonas Donizette.
De acordo com o vice-presidente da Caixa, Roberto Derziê, o financiamento da contrapartida da Prefeitura terá juros baixos. “TJLP [Taxa de Juros ao Longo Prazo] mais 3,4% ao ano”, confirma o vice-presidente do banco federal. A condição de pagamento será de 120 meses com dois anos de carência.