da assessoria de imprensa
Funcionários dos Correios de Campinas (SP) e região aderiram, nesta quinta-feira (27), à paralisação nacional da categoria contra demissões, privatização e o fechamento de agências em todo o Brasil. A informação é do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Campinas (Sintect/Cas).
A categoria ainda não divulgou o balanço parcial da adesão e nem os serviços atingidos no primeiro dia do protesto. Os dirigentes sindicais estão percorrendo os locais de trabalho para contabilizar o que está funcionando e o que parou.
Em nota, o órgão federal informou tomar medidas para manter os serviços, mas fez críticas ao movimento. -Leia abaixo-
"Uma paralisação dos empregados neste momento delicado pelo qual passa a empresa é um ato de irresponsabilidade, uma vez que a direção está e sempre esteve aberta ao diálogo com as representações dos trabalhadores'", informa a nota.
De acordo com sindicato, ao menos 500 trabalhadores aprovaram o movimento em assembleia realizada, na quarta-feira (26), na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, no Centro.
Os trabalhadores dos Correios decidiram entrar em greve a partir das 22h de quarta-feira (26), segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect). A paralisação, segundo a entidade, é por tempo indeterminado, caso as negociações não avancem.
A greve é contra a privatização, demissões e retiradas de direitos, além do fechamento de mais de 200 agências no país, segundo a Fentect. De acordo com a federação, dos 36 sindicatos filiados à entidade, 33 aderiram. Somente três estados não participam: Sergipe, Amapá e Roraima.
Os funcionários das agências franqueadas, que são terceirizados, não participam da greve. A empresa possui atualmente cerca de 6.500 agências próprias, além de mais de 1 mil franqueadas.
Os Correios enfrentam uma severa crise econômica e medidas para reduzir gastos e melhorar a lucratividade da estatal estão em pauta. O presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou que a estatal teve um prejuízo estimado de R$ 400 milhões no primeiro trimestre, após ter tido prejuízo anual de cerca de R$ 2 bilhões em 2015 e em 2016. Ele disse ainda que a empresa não tem condições de arcar com sua folha de pagamentos e que demissões de servidores concursados estão em pauta.
A estatal não tem contatações há vários anos - o último concurso foi realizado em 2011.
Em 2016, os Correios anunciaram um Programa de Demissão Incentivada (PDI) e pretendia atingir a meta de 8 mil servidores, mas apenas 5,5 mil aderiram ao programa. “A economia com esses 5,5 mil é de R$ 700 milhões anuais e essa marca alcançada com o PDI fica aquém da necessidade da empresa. Precisamos ter outras ações para enxugamento da máquina da empresa”, afirmou Campos no dia 20 de abril.