da assessoria de imprensa
O envelhecimento acarreta declínio em funções cognitivas, porém a capacidade de reserva pode ser otimizada para manter e restaurar habilidades. Foi o que garantiu a professora da USP Maria Helena Morgani de Almeida, do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, durante palestra no Fórum Permanente de Vida e Saúde da Unicamp, com o tema “Idoso, um novo personagem na sociedade atual”. O evento, que marca a semana de comemorações do Dia Internacional do Idoso e integra o III Seminário da Unicamp sobre Longevidade e Qualidade de Vida, foi promovido pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU) e organizado pelo Programa UniversIDADE e pelo Gabinete do Reitor. Veja a programação.
Segundo Maria Helena, o estilo de vida ativa não significa apenas dieta ou prática de atividades físicas. Parte de um conceito maior, "que requer aprender sempre". Esse é um dos maiores princípios para viver bem e com qualidade de vida, conforme a professora. “A Universidade aberta, ou o programa UniversIDADE, abre justamente essa possibilidade para vocês”, salientou.
Atividades avançadas envolvem lazer, atividades sociais, produtivas e atividades em casa. Essas atividades são potenciais fontes de estimulação, de engajamento, de cognição (trabalhos voluntários, desafios mentais, etc.). “As práticas diversificadas despertam potenciais e melhoram o rendimento”, afirmou.
A especialista falou ainda sobre as estratégias para a prevenção e para a redução de declínio cognitivo em idosos, retomando conceitos como autonomia, independência, funcionalidade, entre outros. Ela enfatizou a importância das técnicas de memorização, relaxamento e atenção. De acordo com Maria Helena, elas podem gerar efeitos positivos e duradouros em idosos, especialmente quando empregadas em grupos. Essas abordagens integram um estudo da USP realizado entre 2009 e 2012, que teve como foco o envelhecer mantendo funções. Entre outros objetivos, esse projeto visou caracterizar pessoas em processo de envelhecimento nas dimensões físicas, ocupacionais e de comunicação. Conheça alguns resultados desse estudo:
- 177 pessoas participaram da pesquisa
- 146 referiram alguma dificuldade (82,5%) em termos de prevalência de dificuldades
- Desses 146 avaliados, 56,8% referiram restrições para uma ou duas atividades da vida diária
- 43% referiram dificuldades para desempenhar três ou mais atividades
- As mulheres foram as mais atingidas
- A comunicação e a locomoção foram as necessidades básicas mais prejudicadas
- Algumas pessoas referiram dificuldades para atividades de lazer, leitura e caminhada.
A coordenadora do programa UniversIDADE, Maria Helena De Danielli, disse, na abertura do evento, que essa iniciativa busca atividades de extensão à comunidade e que o objetivo é mostrar que o idoso pode construir uma vida mais saudável. "Esse seminário vem para coroar as atividades que realizamos o ano todo", ressaltou. Ela contou que em breve os integrantes do programa UniversIDADE terão inclusive direito à retirada de medicamentos de baixo custo, graças à parceria com uma cooperativa de Farmácia. O Coral do programa UniversIDADE apresentou dez músicas sob a regência de docentes do Instituto de Artes (IA).