Campinas prevê plano da gratuidade de ônibus a desempregados até abril

17/1/2017 - Campinas - SP

da assessoria de imprensa 

Benefício está entre promessas feitas pelo prefeito reeleito, Jonas Donizette.
Secretário afirma que tempo é necessário para elaborar regras para projeto.

O projeto que prevê gratuidade do transporte coletivo para quem está desempregado em Campinas (SP) será enviado para análise da Câmara de Vereadores até abril, segundo previsão do Secretário de Transportes, Carlos José Barreiro. A promessa do benefício foi feita pelo prefeito reeleito, Jonas Donizette (PSB), durante a corrida eleitoral em 2016. Confira aqui.

Estatísticas da Associação Comercial e Industrial (Acic) indicam que até outubro havia 85,3 mil moradores sem trabalho no município - total que representa alta de 46% no comparativo com 2015, quando eram 58 mil. À época do pleito, o pessebista afirmou que a criação do "Passe para o emprego" permitirá ao morador procurar recolocação no mercado, sem pagar a passagem.

"O objetivo desse benefício que se pretende criar é conceder oportunidade para que as pessoas possam se deslocar das suas casas, na busca por uma vaga de emprego", explica Barreiro. O G1 apurou que o valor da tarifa em Campinas, de R$ 4,50, é o segundo maior do Brasil.

Segundo ele, a administração "estuda o assunto" e o prazo estimado em 90 dias para enviar o plano ao Legislativo é necessário para análise sobre a situação do sistema e elaborar as regras.

"A ideia da administração provavelmente seja submeter isso [proposta] na forma de um projeto de lei para a Câmara, assim como fizemos na última gratuidade adicional, que foi o bilhete para universitário, votado em regime de urgência [...] Em pouco tempo, isso deverá estar sendo discutido e detalhes irão na formatação, porque vamos ter controle rigoroso para evitar abusos."

Campinas registra média de 15 milhões de passageiros por mês, de acordo com portal da Emdec, empresa responsável pela gestão do trânsito. O sistema tem 1,2 mil coletivos.

'Vai levar um tempo'
Entre os itens avaliados para o projeto, diz Barreiro, estão tempo da gratuidade, controle e custos do sistema. O secretário alega que a alta de 18% no bilhete, antes de R$ 3,80, não reflete imediatamente para as empresas.

"Quando você faz uma alteração tarifária, ela não entra automaticamente nos caixas das empresas e sistema. Como fizemos a divulgação dessa tarifa com alguns dias de antecedência, foi exatamente para dar oportunidade às pessoas se acostumarem ao novo modelo e terem chance de fazer recarga dos bilhetes. Vai levar um tempo para isso ser sentido nos caixas", defende. A administração municipal ainda decidirá os critérios para definir beneficiários.

O município prevê R$ 15 milhões em subsídios para as empresas de transporte no primeiro trimestre. "Vamos acompanhar o desempenho para ver o que faremos no restante do ano."

Aumento da passagem
A nova tarifa do transporte público na cidade, de R$ 4,50 no bilhete unitário urbano, vale desde sábado (6) e provocou indignação dos passageiros. O reajuste aplicado foi de 18%.

"As pessoas estão sem trabalho, há pessoas até passando fome, não têm dinheiro nem para correr atrás do trabalho e ainda vem aumento", criticou a dona de casa Olga da Silva. Para os usuários do Bilhete Único comum, a cobrança é de R$ 4,20.

As integrações, antes gratuitas, foram alteradas. Agora, após o passageiro subir no terceiro ônibus (segunda integração) no período de até duas horas, ele terá de pagar R$ 0,30. O decreto, assinado por Donizette, deixa isentos da taxa sobre a segunda integração (terceiro ônibus) apenas usuários que possuem o Bilhete Único Escolar e Universitário, e passageiros que utilizam a linha 502 "Circular Centro/Linhão da Saúde".

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